Bem.. não sei bem por onde começar. Foi tudo tão mau que é
difícil!
Começando por explicar o conceito. O Sushi Fest é um
festival de sushi organizado pela CoolWorld, tendo querido identificar-se como o
primeiro festival de sushi da Europa… mas se for assim que seja o primeiro e o
último, por favor! Desde ontem e até 4 de Julho, o Japão invade os jardins
do Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras. Quer dizer, o Japão à tuga porque se a
organização fosse à japonesa garanto que teria corrido melhor. :P
Para os comandos gastronómicos do festival foram convidados
Paulo Morais e Anna Lins do Umai e Daniel Rente do Sushi Café. E deixo claro
que gosto muito do sushi que estes senhores fazem. Mais que experientes na arte
de fazer o dito, a ideia foi formarem uma centena de pessoas durante 1 mês de forma a estarem preparados para alimentar uma legião de fãs de sushi
de cerca de 4 mil pessoas por dia, durante 3 dias. A organização dizia-se
militar, um exército a fazer sushi para fazer face a esta tarefa árdua mas deve ter havido uma
revolução dos cravos e ninguém deu por isso! ;)
O bilhete normal, comprado antes de Junho, custou 45 euros,
com direito a acesso ao Espaço Japão antes do jantar (workshops de artes tradicionais japonesas e shopping), sushi 'all you can eat' (das 20-22.30h), 2 cervejas Heineken, 1 chá
Tetley e um café Delta, e ainda a um concerto no final do Jantar. A seguir a Junho subiu para os 60 euros. E o bilhete
VIP subiu dos 60 para os 90 euros...
really?? Megalómanos, diria! E vocês dirão.. CARO! Sim, caro mas eu, por
exemplo, não me importo de gastar dinheiro se a coisa correr bem, e como
fanática de sushi quis ir conhecer. Agora se a coisa corre mal, como foi o
caso, já fico bem irritada de ter deitado dinheiro à rua!
Então, passando a detalhar esta experiência. Para começar, não
sei se a formação dos chefs não correu bem ou se não foi bem liderada. O que
sei é que às 20h abriu o buffet e formaram-se 4 filas de pessoas, onde me
incluí. E só passada meia hora recebi o meu primeiro prato
combinado de 20 peças de sushi e uma advertência de que da próxima vez cada
pessoa tinha de vir buscar o seu próprio prato (isto porque pedi para mim e para outra pessoa).
Ouvi o chef Paulo Morais afirmar a uma pessoa que reclamou da fila, de que não
estavam preparados e de que só tinham aberto o buffet naquela altura e que não tardava
nada apanhavam o ritmo e a coisa era mais rápida. Sim, sim! Ora, se o buffet abria às 20h
e se os bilhetes foram vendidos antecipadamente e sabiam exactamente quantas
pessoas iam jantar, onde é que se aplica a afirmação que fez? Não era de estar
tudo já mais que preparado, caixas preparadas e tal? E não me venham com a desculpa de que o peixe tem
de ser fresco porque eu respondo que a menos que o mar fosse nas costas do
buffet, as coisas são passíveis de serem preparadas antes. Tenho vários amigos
com restaurantes e conheço o esquema. E escusado será dizer que passado um
tempo as filas estavam ainda maiores e não se demorava menos que uma hora e meia a
conseguir repetir (coisa que não fiz que não estive para isso).
De seguida, lá fomos ao outro espaço de sushi com tendas de sashimi,
gunkan e temaki. Para pedirmos os temakis (que só existiam de salmão e
sardinha) foram mais 40 minutos. Filas gigantes! Uma amiga minha que é intolerante
à lactose pediu para não colocarem philadelphia no temaki de salmão ao que lhe
responderam que não podiam. Como?? Ela explicou e a resposta não mudou. E
reclamou, com razão. Perdemos a paciência para ir ao restante: o sashimi era
composto por 3 tiras e os gunkan eram em versão mini-me! Portanto o ‘à
discrição’ não era bem assim, a não ser que passássemos para o outro lado do
balcão. Um absurdo! Para esquecer!
Entretanto tenho de contar duas situações que presenciámos
que dá vontade de rir, para não chorar:
1) Havia na fila inicial uma senhora de cadeira de rodas,
acompanhada por uma amiga. Para subir ao buffet e fazer o pedido havia um
degrau. A amiga da senhora explicou a situação à menina que atendia e perguntou
se a amiga teria prioridade e se dada a situação poderia ser ela a pedir o prato.
Resposta (e não vão acreditar..): "não sei, vou saber". What?? Really??
Capacidade de decisão zero, totózice mais que muita.
2) À entrada do evento, além da pulseira, deram-nos umas senhas
para fazermos os nossos pedidos. Uma menina que estava na fila acabou por
reparar que a senha do combinado tinha-lhe caído (era a última do pack e estava
meio solta em todos) e explicou a situação. Disseram que não podiam fazer nada
e que não lhe davam o sushi. Ora se ela tinha entrado lá e se tinha pulseira,
alguém me explica isto?? Sendo o bilhete pago ou oferecido alguém vai para ali fazer alguma coisa sem ser para comer sushi? Se era sushi 'à discrição' isto não
faz qualquer sentido, mas vá, se sim, fizessem então pulseiras diferentes.
Bebidas..
os senhores do chá andavam por ali com água quente às costas e eram uma
simpatia. A malta da Heineken também muito queridos, até me trocaram um chá por água. Malta do café, normal.
O espaço…
os jardins são lindos, de facto. Mas e os jardins de noite? Pois, é que só
devem ter tido dinheiro para as luzes da entrada porque o resto do jardim
estava às escuras. Espaço sem ambiente nenhum, nem faz jus ao sítio. As tendas não estavam iluminadas,
tochas ou luzes nas árvores por todo o lado era mentira. Ah, e mesas...fiquei boquiaberta com isto mal entrei. Havia 4 mesas baixas com puffs à volta
e o resto eram mesas altíssimas e sem cadeiras (ai minto desculpem,
havia cadeiras de resina normais, ou seja, baixas para sentar à mesa). Então
uma pessoa paga este dinheirão para comer em pé à pressa? Qual é o prazer que
pode dar comer sushi assim?
O palco
ficava numa das pontas do jardim e na outra ponta estava supostamente o Espaço
Japão, que a seguir ao jantar estava praticamente às escuras tal como os stands
de activação das marcas. Se eu fosse um patrocinador, com aquelas condições garanto
que me haviam de ouvir!
Nota positiva: havia parque de estacionamento do outro lado do palácio. Lol
Pronto e foi isto! O sushi estava bom mas por este valor prefiro ir ao restaurante do chef e comer mais que bem e de forma zen. ;) Para passar fominha e esperar mil horas por qualquer coisa, não me convidem!
Do início ao fim ainda esperámos que
melhorasse mas foi tudo de mal a pior. A pior organização que já vi nos últimos
tempos! E lamento, eu sou patriota mas sei apontar falhas e sinceramente isto
foi coisa feita à tuga. Uma vergonha! Tiveram uma ideia para fazer dinheiro e
siga! Ou se faz ou não se faz, e quem não tem capacidade para fazer mais vale
estar quieto.
Falhas toda a gente aceita, mas isto foi mau
demais, e juro que nunca pensei que tal fosse possível: a promoção e
entusiasmo desta iniciativa era tanta que se pensava que ia ser um evento bem
giro! A montanha pariu um rato. E eu só me questionava: ‘e quem pagou o bilhete VIP será que comeu bem?’.
Parece, pelos comentários por todo o lado, que nem aí a coisa correu bem. O
ambiente foi de insatisfação geral e toda a gente se estava a sentir defraudada
e indignada. Quem teve pena de não ir, think again e sintam-se contentes! :)
Portanto por favor, quando quiserem organizar coisas destas procurem quem sabe... olhem, por exemplo, a organização do NOS Alive, festival que recebe milhares de pessoas e que todos os anos corre às mil maravilhas!
Portanto por favor, quando quiserem organizar coisas destas procurem quem sabe... olhem, por exemplo, a organização do NOS Alive, festival que recebe milhares de pessoas e que todos os anos corre às mil maravilhas!
Claramente, a coisa foi para fazer lucro apenas... é a única conclusão que posso tirar. Mas também acredito que só vão fazer lucro desta vez. E com isto estragaram uma ideia que tinha imenso potencial.
Apesar de que as 'desculpas não se pedem, evitam-se!', acho que era bonito a organização dizer mais qualquer coisinha ao pessoal que lá foi. E tenho pena dos que ainda lá vão no fim-de-semana... boa sorte!;)
IT
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Vejam a crítica no Zomato & follow me: https://www.zomato.com/pt/inestome
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