sábado, 11 de abril de 2015

TRAVEL REPORT | BOA VISTA, CABO VERDE E O POVO DO ROSTO EM SORRISO :)

TRAVEL REPORT | BOA VISTA

TRAVEL REPORT | BOA VISTA

TRAVEL REPORT | BOA VISTA

TRAVEL REPORT | BOA VISTA
TRAVEL REPORT | BOA VISTA






TRAVEL REPORT | BOA VISTA
Há umas semanas atrás viajei até à Boa Vista, em Cabo Verde, e fui a banhos de sol... e vá, de um bocadinho de vento também. ;) O objectivo da viagem era descansar num sítio com sol, e sem se pensar muito acabou por ser escolhida a ilha da Boa Vista em Cabo Verde, porque, de entre os sítios que ainda não se conhecia, aliava sol, 'tudo incluído' e preço razoável; além disso, era uma ilha menos turística que o Sal.

O hotel escolhido foi o Riu Touareg que é um dos mais recentes hotéis da Boa Vista, e que fica na zona sul da ilha, no seguimento da praia de Santa Mónica. O hotel é óptimo, em modo 'pulseirinha no pulso', com tudo incluído. Bonito, parece um oásis no meio do deserto de pedra que é esta ilha, e tem muitos e bons quartos com pequenas varandinhas. As empregadas que nos arrumam os quartos são umas queridas e, como é habitual neste tipo de hotéis, todos os dias temos as camas enfeitadas com laços, cisnes, etc. Até tivemos direito a um pato no lavatório, o que deu direito a mega risada! :)

Tem dois restaurantes de buffet (um mais formal e outro mais perto da praia) e três restaurantes temáticos com reserva. A comida é boa e variada, e acho que há algum tempo que não via buffets tão grandes e com tanta comida... OMG!. Os cabo-verdiamos fazem bem a comida e talvez por ser próxima do nosso tipo, sabe a comida de casa. O prato mais típico de Cabo Verde é a cachupa, que pode ser comida de duas formas: cachupa rica, com todos os éfes e érres de grão, carnes e enchidos, e a cachupa guisada que é feita com os restos da cachupa rica, e com um ovo estrelado em cima. Gostei das duas, mas sou mais a cachupa rica, com aquele molhinho... humm :) Dizem que é parecida com o nosso cozido, eu acho que é mais com a nossa feijoada, mas talvez seja um misto dos dois. Só sei que é uma delícia! E acho mesmo que estou viciada em cachupa...  :P

Largando a comida (não vim mais gorda, não)... A praia do hotel era óptima, limpa, a perder de vista, com a sua onda 'quebra-côco', que tem uma rebentação muito forte em cima da linha da praia. Como este hotel fica numa zona de mar aberto a bandeira está sempre vermelha... mas a comparar com o nosso mar (por exemplo, o Meco) ali é para meninos! O problema é que muitos turistas não estão habituados e aventuram-se, dando asneira (claro) apesar dos avisos dos nadadores-salvadores. Portanto para não haver risco, eles colocam logo à partida a bandeira vermelha e quem souber entrar no mar saberá como proceder. E vento? Sim, há sempre, mas como o sol é fortíssimo (mesmo forte, acho que nunca meti tanto protector na minha vida) até sabe bem uma brisa. À noite já se dispensava a brisa, que fica frescote logo ao fim do dia. Razão que explica o sem número de granizados, daiquiris, bloody marys e afins que foram bebidos a partir das 17h... ;)

Se gostarem de desportos náuticos, por ali podem fazer de quase tudo. Os aficionados de kitesurf dizem que esta ilha é um dos melhores locais para o praticar. Recomendo que para isso fiquem no hotel Riu Karamboa cuja praia faz uma baía e o vento ajuda. Para mergulho há bons spots em todo o lado, tanto no Norte como no Sul da ilha, e no Riu Touareg têm um centro de mergulho bem equipado.

O hotel tem várias zonas de lazer mas a animação foi o que mais me desiludiu... infelizmente o hotel está muito virado para estrangeiros alemães, ingleses e norte da Europa e parece que eles não acham assim tanta piada a música africana. Ou seja, (e sim não percebo), o hotel podia ser ali como poderia ser noutro lado qualquer, pois é tudo internacional e dali eles não saem, dali ninguém os tira! Havia poucas aulas de dança durante a semana (óbvio que fiz todas), e apenas uma noite cabo verdiana e outra africana. De resto, os espectáculos de animação eram Abba, Queen, rockers dos anos 80... juro! As danças típicas de Cabo Verde são o funaná, a morna e a semba (kizomba rápida), e este povo parece mesmo que nasceu a dançar. A equipa de animação era fantástica, simpática, e dançavam muitíssimo bem, mas estavam bastante limitados, já que nem para a discoteca Pacha podiam ir conviver com os turistas, e pô-los a dançar. E nós que bem queríamos pôr a nossa kizomba em prática...

Assim acabámos por nos vingar na última noite da nossa estadia. A seguir a um jantar em Sal Rei no restaurante Tambrera, muito simples, com música ao vivo, lagosta e cachupa (óptima!), fomos com o nosso guia e uns amigos dele até às esplanadas, Aqui todos se juntam, ao fim-de-semana, para beber um ou dois copos, enquanto um grupo toca música ao vivo. De seguida, fomos ao Cocoa (bar-disco) na praça Santa Isabel, e lá dançámos! (Depois de quase termos infernizado o DJ que teimava em por techno como se nós quiséssemos isso!!!). Foi o que nos salvou e foi bastante divertido!

Reminder: Por favor, se visitarem a Boavista não estupidifiquem no hotel! Em Cabo Verde só se fica parado se se quiser! :) E por isso, recomendo que fiquem antes no Riu Karamboa que é muito perto da capital, e ganham mobilidade. Ficando no Sul da ilha o percurso é de 25 minutos por estradas de calhau (literalmente é tudo calhau), e assim mais perto podem ir tomar qualquer coisa à cidade e viver um pouco mais a vida de local.

A ilha é muito árida, na sua maioria desértica, e as deslocações são sempre feitas em jipes e pickups (ADORO!). Há muitos passeios que se podem fazer, quer em moto4 quer em jipes. Uns fazem a parte do meio da ilha para este e outros do meio para oeste. Os passeios focam-se em visitar as praias mais bonitas, mostrar algumas povoações antigas ou algumas comunidades particulares, e as cidades principais. Também há passeios para ver as baleias que por ali passam pela altura de Março, e outros passeios para ver as tartarugas a desovarem pela altura de Agosto. Sim, não é uma agitação e não há mil coisas para fazer, mas ainda dá para umas passeatas! :)

O passeio que escolhemos iniciou-se pela linda praia de Santa Mónica com os seus 18km de comprimento, completamente virgem ainda. De seguida, visitámos a Povoação Velha, uma fábrica de olaria, Rabil, o Deserto de Viana e seguimos para ver o barco espanhol  'Cabo de Santa Maria', encalhado, desde 1968, a poucos metros da costa da Boa Esperança, e que não tarda vai ruir (AMEI, LINDO!). Almoçámos em Sal Rei e passeámos por ali, visitando o mercado e a praça principal, e comprando alguns souvenirs.

Com tudo o que tinha ouvido, esperava um país muito pobre, com crianças na rua, muita pobreza... nada disso! As zonas populacionais são tranquilas e as pessoas não estão abandonadas aos magotes pela rua. Não é (e ainda bem) comparável, por exemplo, à República Dominicana, em que nos sentimos severamente incomodados por uma pobreza extrema demasiado visível nas ruas. Na Boavista percebe-se que há pobreza, sentimo-la, mas não nos sentimos violentados por ela... E não sentimos medo.

A capital Sal Rei é uma cidade muito simples, tranquila, e limpa. Sim tenho que referir isto! Fiquei mesmo surpreendida com a limpeza. Achei os cabo-verdianos muito limpos, seja em que local for, nunca vi uma coisa assim... no hotel nem se fala, nem um bago de arroz podia estar fora do sítio! E fora? Tenho de contar uma engraçada. Na visita à fábrica de olaria, um local bastante pobre, precisei de ir ao wc pois a deslocação pelas duras pedras ainda ia ser longa a seguir... pois, a minha cara e dos restantes quando recebi esta notícia também foi essa, mas tinha mesmo de ser. E, como já perceberam, nada do que se esperava. O wc estava totalmente limpo, tinha porta com fechadura, tudo! Rendi-me às evidências... ;)

A segunda surpresa desta viagem e a que me fica na alma: já conheci alguns sítios e algumas gentes e tenho a dizer que os cabo-verdianos são o povo mais simpático de sempre! São boas pessoas, está-lhes estampado no rosto... toda a gente diz 'bom dia', são sempre agradáveis e têm sempre um sorrisão daqueles! E por favor, não confundam simpatia com subserviência, porque eles são genuinamente simpáticos, sem aquela subserviência que por vezes me aborrece em países asiáticos. Foi o sítio onde mais bem-vinda me senti. :)

A realidade é que Cabo Verde nunca foi um país que estivesse na minha 'to do list', pelo que a minha expectativa era zero. Surpreendentemente gostei bastante da Boa Vista, e percebi que afinal tenho uma ligação qualquer a África, aos ritmos quentes, ao sol e às gentes daquelas terras. Só depois me lembrei que o meu pai nasceu na Guiné, e que afinal dali não herdei apenas o gosto pelo picante. ;)

Hóteis:
- Riu Karamboa
- Riu Touareg

Restaurantes:
- Tambrera
- Blue Marlin
- Porto de nhos ilhas

Passeios/Guias:
- enviem pvt msg que dou indicações de bons contactos locais

Para marcação de viagens, fica o site da agência GuiaViagens de uma amiga, com quem faço sempre as minhas marcações. Falem comigo!
http://guiaviagens.pt/

IT

Sem comentários:

Enviar um comentário